quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Trilha aventura em Jambeiro

Apesar de eu estar um pouco afim de passar o domingão no sofá, acabei não resistindo ao convite do Xoxota de fazer uma trilha na região de São José dos Campos, porque por lá existem trilhas interessantes. Tinhamos algumas sugestões, mas o Xoxa queria fazer uma trilha que ele fez uma parte, lá pelas bandas de Jambeiro. Na véspera, achei um percurso de GPS na Internet, joguei no Edge e acabou que foi mais ou menos esse que fizemos ...
Cinco da matina de pé, bike no carro, vamos em bora. Oito horas encontrei o Xoxa no posto da polícia da Tamoios e seguimos para Jambeiro, estacionando o carro numa ruazinha perto da praça. Equipamos e lá pelas nove horas estávamos pedalando, saindo por uma estradinha de terra perto da praça. Seguimos em direção a Caçapava / Redenção por uma estrada de terra, beirando as montanhas que separam Jambeiro e Redenção da Serra.
A temperatura estava agradável, sem muito sol e o dia prometia ... Logo pegamos a direita numa bifurcação, saindo da estrada e indo no caminho das montanhas. Logo entramos em área de reflorestamento da Votorantim e a região se transformava. Os morros agora eram tomados por mata de eucalipto que subiam , cortados até o topo por estradas para o trânsito de caminhões. O interessante era que formavam-se muitas estradas no meio da mata, o que dava um visual muito bacana.
No GPS percebemos que estavámos indo em direção à Torre de Telecomunicações, lugar culminante na nossa trilha, e quanto mais pedalávamos, mais subíamos. A estrada começava a ficar difícil de pedalar por causa do mato e em alguns trechos, existiam muitas toras de árvores no caminho, impedindo totalmente a passagem. Em um trecho bem inóspito, chegamos a cogitar uma volta pelo mesmo caminho, mas decidimos arriscar mais uns quilômetros à frente.

De longe já podiámos avistar a torre, cravado no topo de uma montanha a pouco menos de 1 Km de nós. A estrada ficava mais íngreme e para subir, surgiam cotovelos que aliviavam um pouco a subida. Em alguns trechos era quase impossível pedalar, restante apenas empurrar a bike. Uma decidinha pintou no caminho e reduzi, pois não queria pegar o caminho errado e ter que subir tudo novamente, mas logo ví que estávamos no caminho certo e agora podia ver por completo a estrada que nos levaria ao topo. Em alguns minutos chegava ao topo, em frente a uma estação/torre de telecomunicações, de alguma operadora local. O Xoxa veio logo atrás, tão detonado quanto eu ...

O visual lá de cima era um prêmio depois de ter vencido aquela subida. Podíamos acompanhar o relevo e as diversas estradas da região e o ventinho que soprava ajudava a refrescar a máquina.
Após uns telefonemas para as patroas anunciando a conquista, umas barrinhas de cereais e água, equipamos novamente para continuar a trilha. Seguimos para o lado errado, e na dúvida se havia saída, voltamos parte do caminho da subida. Passamos uma cerca de arame farpado em uma descida chatinha (que depois descobrimos que não precisávamos ter passado) e iniciamos um downhill daqueles. Estradinha boa, com bons desníveis, sem muita pedra, onde a pilotagem na bike rolava numa boa. Desta vez não tomei nenhum susto e descemos tranquilo. A estrada seguia com poucas subidinhas isoladas e uns trechos de descida e pintou outro downhill. Só que vacilei e quando acabamos o downhill lá embaixo, vi que devíamos ter pego uma estradinha à direita lá em cima. Não acreditamos no vacilo, mas também ninguém viu a tal estrada e como reclamar depois não adianta, voltamos e começamos a subir.
É engraçado subir o que você desceu, porque as impressões principalmente sobre a inclinação da estrada são diferentes. Quando a gente sobe, é tudo mais difícil ... Por que será ??? O cansaço batia na gente e em vários trechos tínhamos que empurrar a bike. Eu ainda insistia em pedalar porque acho que empurrar na subida cança mais. Devemos ter perdido quase 1 hora no vacilo para acharmos a tal estradinha que devíamos ter virado. Era um entradinha estreita, meio que fora de mão e realmente era difícil ter visto. Claro que ninguém iria ficar olhando na tela do GPS numa descida a 60 km/h, mas podíamos ter previsto ...

Pegamos a estrada que nos presenteou com uma bela subida, mas que depois de vencida, vimos que estávamos num vale. O trecho plano fazia a pedalada render. Já eram mais de 13:00 horas e minha previsão de voltar para São Paulo nessa hora tinha ido pro espaço. Encontramos uns sítios e em um deles fizemos um pit-stop para tomar uma água gelada e nos refrescarmos. A água da minha mochila estava quase no fim e depois me arrependi de não tê-la enchido na oportunidade que tive. Logo encontramos uma cachoeira na beira da estrada, que percebemos ser bem popular na região.

A cachoeira demarcava o ponto onde devíamos pegar a estrada para voltar para Jambeiro. Ninguém que perguntamos sabia desça estrada e depois descobrimos o porquê: era intransitável. A tal estrada começava após uma porteira e se transformava em uma subida daquelas que parecia uma parede, e que não tinha fim. Empurrando a bike, já esgotados, a cada 10 metros que subíamos tínhamos que descansar alguns segundos. A cada 100 metros, alguns minutos de descanso. Nosso estoque de PowerGel, repositor energético, acabou. Nossa água estava no fim e nossa bateria também.
Começamos a pensar em voltar e arrumar uma carona próximo a cachoeira, mas preferi continuarmos, devagar e sempre. A subida tinha que acabar uma hora. Depois de quase 1 hora de subida, com alguns trechos pedalados de fato (para subir na bike, tínhamos que fazer um esforço tremendo), logo começamos o trecho de altitude e percebemos que estávamos a caminho de Jambeiro, sem subidas. Agora predominavam longas descidas, que eu fazia devagar, pois estava exausto demais para fazer um downhill do tipo adrenalina. Fomos aproveitando o visual e aproveitando o fim do pedal, para logo entrarmos na cidade, onde uma Coca-Cola estupidamente gelada me esperava (eu estava sonhando com isso !!!). Chegamos por volta das 17:00 horas, umas 4 horas mais tarde que o previsto.
Num bar da cidade, onde acontecia um carnaval fora de época, jogamos uma água para tirar um pouco do barro da bike, desmontamos a magrela e logo seguíamos de volta para casa. Eu ainda tinha mais 1:30 hora de carro até em casa, para enfim poder ter meu merecido descanso.

Abaixo seguem a altimetria, a imagem do Google Earth e o mapa do trajeto tirado do GPS:



Para acessar meu perfil do Garmin Connect com mais detalhes do pedal o link é: http://connect.garmin.com/activity/1302742

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