Cinco da matina de pé, bike no carro, vamos em bora. Oito horas encontrei o Xoxa no posto da polícia da Tamoios e seguimos para Jambeiro, estacionando o carro numa ruazinha perto da praça. Equipamos e lá pelas nove horas estávamos pedalando, saindo por uma estradinha de terra perto da praça. Seguimos em direção a Caçapava / Redenção por uma estrada de terra, beirando as montanhas que separam Jambeiro e Redenção da Serra.
A temperatura estava agradável, sem muito sol e o dia prometia ... Logo pegamos a direita numa bifurcação, saindo da estrada e indo no caminho das montanhas. Logo entramos em área de reflorestamento da Votorantim e a região se transformava. Os morros agora eram tomados por mata de eucalipto que subiam , cortados até o topo por estradas para o trânsito de caminhões. O interessante era que formavam-se muitas estradas no meio da mata, o que dava um visual muito bacana.
No GPS percebemos que estavámos indo em direção à Torre de Telecomunicações, lugar culminante na nossa trilha, e quanto mais pedalávamos, mais subíamos. A estrada começava a ficar difícil de pedalar por causa do mato e em alguns trechos, existiam muitas toras de árvores no caminho, impedindo totalmente a passagem. Em um trecho bem inóspito, chegamos a cogitar uma volta pelo mesmo caminho, mas decidimos arriscar mais uns quilômetros à frente.
De longe já podiámos avistar a torre, cravado no topo de uma montanha a pouco menos de 1 Km de nós. A estrada ficava mais íngreme e para subir, surgiam cotovelos que aliviavam um pouco a subida. Em alguns trechos era quase impossível pedalar, restante apenas empurrar a bike. Uma decidinha pintou no caminho e reduzi, pois não queria pegar o caminho errado e ter que subir tudo novamente, mas logo ví que estávamos no caminho certo e agora podia ver por completo a estrada que nos levaria ao topo. Em alguns minutos chegava ao topo, em frente a uma estação/torre de telecomunicações, de alguma operadora local. O Xoxa veio logo atrás, tão detonado quanto eu ...
O visual lá de cima era um prêmio depois de ter vencido aquela subida. Podíamos acompanhar o relevo e as diversas estradas da região e o ventinho que soprava ajudava a refrescar a máquina.
Após uns telefonemas para as patroas anunciando a conquista, umas barrinhas de cereais e água, equipamos novamente para continuar a trilha. Seguimos para o lado errado, e na dúvida se havia saída, voltamos parte do caminho da subida. Passamos uma cerca de arame farpado em uma descida chatinha (que depois descobrimos que não precisávamos ter passado) e iniciamos um downhill daqueles. Estradinha boa, com bons desníveis, sem muita pedra, onde a pilotagem na bike rolava numa boa. Desta vez não tomei nenhum susto e descemos tranquilo. A estrada seguia com poucas subidinhas isoladas e uns trechos de descida e pintou outro downhill. Só que vacilei e quando acabamos o downhill lá embaixo, vi que devíamos ter pego uma estradinha à direita lá em cima. Não acreditamos no vacilo, mas também ninguém viu a tal estrada e como reclamar depois não adianta, voltamos e começamos a subir.
É engraçado subir o que você desceu, porque as impressões principalmente sobre a inclinação da estrada são diferentes. Quando a gente sobe, é tudo mais difícil ... Por que será ??? O cansaço batia na gente e em vários trechos tínhamos que empurrar a bike. Eu ainda insistia em pedalar porque acho que empurrar na subida cança mais. Devemos ter perdido quase 1 hora no vacilo para acharmos a tal estradinha que devíamos ter virado. Era um entradinha estreita, meio que fora de mão e realmente era difícil ter visto. Claro que ninguém iria ficar olhando na tela do GPS numa descida a 60 km/h, mas podíamos ter previsto ...
Pegamos a estrada que nos presenteou com uma bela subida, mas que depois de vencida, vimos que estávamos num vale. O trecho plano fazia a pedalada render. Já eram mais de 13:00 horas e minha previsão de voltar para São Paulo nessa hora tinha ido pro espaço. Encontramos uns sítios e em um deles fizemos um pit-stop para tomar uma água gelada e nos refrescarmos. A água da minha mochila estava quase no fim e depois me arrependi de não tê-la enchido na oportunidade que tive. Logo encontramos uma cachoeira na beira da estrada, que percebemos ser bem popular na região.
A cachoeira demarcava o ponto onde devíamos pegar a estrada para voltar para Jambeiro. Ninguém que perguntamos sabia desça estrada e depois descobrimos o porquê: era intransitável. A tal estrada começava após uma porteira e se transformava em uma subida daquelas que parecia uma parede, e que não tinha fim. Empurrando a bike, já esgotados, a cada 10 metros que subíamos tínhamos que descansar alguns segundos. A cada 100 metros, alguns minutos de descanso. Nosso estoque de PowerGel, repositor energético, acabou. Nossa água estava no fim e nossa bateria também.
Começamos a pensar em voltar e arrumar uma carona próximo a cachoeira, mas preferi continuarmos, devagar e sempre. A subida tinha que acabar uma hora. Depois de quase 1 hora de subida, com alguns trechos pedalados de fato (para subir na bike, tínhamos que fazer um esforço tremendo), logo começamos o trecho de altitude e percebemos que estávamos a caminho de Jambeiro, sem subidas. Agora predominavam longas descidas, que eu fazia devagar, pois estava exausto demais para fazer um downhill do tipo adrenalina. Fomos aproveitando o visual e aproveitando o fim do pedal, para logo entrarmos na cidade, onde uma Coca-Cola estupidamente gelada me esperava (eu estava sonhando com isso !!!). Chegamos por volta das 17:00 horas, umas 4 horas mais tarde que o previsto.
Num bar da cidade, onde acontecia um carnaval fora de época, jogamos uma água para tirar um pouco do barro da bike, desmontamos a magrela e logo seguíamos de volta para casa. Eu ainda tinha mais 1:30 hora de carro até em casa, para enfim poder ter meu merecido descanso.
Abaixo seguem a altimetria, a imagem do Google Earth e o mapa do trajeto tirado do GPS:
Para acessar meu perfil do Garmin Connect com mais detalhes do pedal o link é: http://connect.garmin.com/activity/1302742
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