domingo, 17 de agosto de 2008

Vencendo a Serra de Quebra Cangalha

O título desse post significa o que foi esse pedal: tivemos que vencer a serra !!! Já sabíamos que o pedal seria uma aventura e eu tinha dúvida se iria aguentar, ainda mais porque estava a algumas semanas sem pedalar e até a véspera do pedal com problemas gastro-intestinais.
Eu havia confirmado com o Xoxa, mas na véspera desanimei. Só mudei de opinião porque o céu estava magnífico para o pedal. Então fomos nós e ainda convencemos o Larica a participar de um trecho (como sempre ele tinha alvará com hora de chegada em casa).
O Xoxa chegou cedo de São José dos Campos e saimos de casa para encontrarmos o Larica por volta das 8:00 horas. O pedal começou num ritmo moderado e seguimos tranquilos pela estrada dos Motas, que se inicia no Tamandaré, em Guará. Tínhamos algumas opções:
- Ir até Lagoinha pela serra e voltar pedalando pelo asfalto: 102 km;
- Ir até Lagoinha pela serra e voltar de ônibus: 47 km;
- Atravessar a serra e voltar pela asfalto antes de chegar em Lagoinha: 87 km;
O caminho era conhecido até a Cachoeira, de onde passamos mais ou menos a 1 km da estrada que pegaríamos em seguida.

Na Cachoeira, desta vez não entramos na água, porque estávamos com pressa, mas o Larica decidiu ir mais adiante com a gente para depois voltar para Guará.
Após um descanso, voltamos para a estrada, já avistando a serra que iríamos enfrentar e logo chegamos numa porteira, onde um lavrador nos informou que a estrada era mesmo aquela e mais para frente haveria uma outra porteira provavelmente trancada. Como porteira não é problema para a gente, fomos adiante. Pegamos um subidinha daquelas e logo chegamos ao topo dessa montanha, uma nanica perto da serra que se encontrava a nossa frente. Lá paramos para um pausa e para despedirmos do Larica, que retonaria daquele ponto.

Mais a frente encontramos a porteira trancada, na qual pulamos e passamos as bikes. Dali para a frente era quase tudo subida e cruzamos com outras estradas, com placas que indicavam o nosso caminho para Lagoinha, conforme nossa trilha do GPS. Logo chegávamos ao pé da serra e iniciávamos a escalada, que faz jus ao que escrevi: impossível pedalar de tão íngreme, não por causa do cansaço (eu estava muito bem por sinal), mas porque a bike empinava e derrapava muito. Pelo GPS sabíamos que estávamos a uns 3 ou 4 km do topo, mas teríamos que subir por volta de 600 metros. É muita inclinação ...
Fomos empurrando e eu cantando a altitude do GPS a cada 50 metros vencidos. No meu do caminho encontramos um cara de moto dizendo "o pior trecho ainda tá longe e vocês não subiram nada". Ainda nos informou que ônibus de Lagoinha para Guará só tem uma vez por dia, de manhã. O Xoxa estava meio desanimado mas continuamos. Quanto mais subíamos, mais íngreme ficava a estrada, que era de terra fofa em alguns pontos e de pedra em outros. Acho que nem jipe subia lá de tão inclinada que era. A subida começou a ficar dramática porque o Xoxa começou a reclamar das pernas. Mais de uma hora depois, chegamos ao topo, a 1295 metros de altitude (Guará fica a 530 metros). A vista era magnífica e sabiámos que estávamos no local mais alto da serra. Ficamos um tempo descansando e aproveitando o visual. Um longo downhill nos esperava ...
Resisti às tentativas do Xoxa de me convencer a voltarmos pelo mesmo local, mas esperava a seguir um trecho plano e de descida até Guará. Então decidimos continuar e contornar a serra, voltando pelo asfalto.
Comecei o downhill na frente, mas me cansei logo, não aguentei manter a postura na bike e quase não fiz várias curvas. Daí desacelerei um pouco, até quase passarmos direto numa big poça de lama no fim da descida (com um tombo provável na lama). Alguns kms à frente, paramos num barzinho para reabastecer as mochilas de água e continuamos por um caminho sugerido pelo dono da venda (um pouco diferente do GPS). Com muitas subidas, o Xoxa reclamava da perna, até chegarmos ao asfalto, na estrada que leva para Lagoinha. Teríamos ainda pegar a direção oposta a Lagoinha até a estrada Guará-Cunha. As subidas e descidas continuavam e como as pernas do Xoxa abriram o bico, conseguimos uma carona para um (só cabia um com a bike) no carro da Polícia Ambiental. Continuei pedalando até chegar na estrada Guará-Cunha, mais precisamente na Churrascaria do João Mendes (até onde durou a carona do Xoxa), subi a última subida antes de descer a serra e dali para Guará tinham ainda mais de 20 kms. Agora era moleza, pois o trecho de serra, além da paisagem fantástica, permitia "rodar" a uns 40 km/h apenas controlando a aerodinâmica. Só fui encontrar o Xoxa depois do fim da serra, num daqueles bares de caldo de cana, onde dei a última abastecida para os últimos 10 kms até chegarmos em casa.
Chegamos detonados e marrons de sujeira, após vencidos 90 kms de pedal e a Serra de Quebra Cangalha. Mas certamente valeu a aventura.

Classificação:
- Dificuldade: Muito foda.
- Distância: 87,7 km
- Visual: O topo da serra vale o esforço
- Percurso: Íngreme, que exige muita perna e braço, em estrada de pedra e terra fofa
- Tipo: Aventura, onde o objetivo e chegar no topo da serra e voltar inteiro



2 comentários:

Walterson Rosa de Freitas disse...

Passamos por essa Serra muito doida fazendo a Estrada Real.Precisamente no dia 19/07/09.Nunca passamos por tanta subida na nossa vida.Nem Bob e Sula que haviam viajado 3 anos consecutivos,haviam passado por um trecho tao duro como esse!!!!!!!!!

Walterson Rosa de Freitas disse...

Nosso e-mail para contato:waltersonrosa@yahoo.com.br
vencendo a Serra de Quebra Cangalha de Tandem!!!!!!!!!!
pedalandonareal.blogspot.com