sexta-feira, 6 de junho de 2014

Caminho de Frei Galvão de bike (São Bento do Sapucaí a Guaratinguetá)

Sem sono, perna doendo ainda da aventura recém finalizada, vamos escrever (depois de 1 ano) !
Como o título já explica quase tudo isso se trata de uma cicloviagem de 3 dias. Uma simples busca no google vai resultar em algumas pessoas que fizeram a pé em 5 dias e uns caras brutos que fizeram de bike em 2 dias. Das informações que achei, algumas coisas mudaram:

- O mantenedor do caminho não é mais o Luiz Zingra, que mudou em busca de outras aventuras. Agora quem é responsável pela manutenção, informações, credenciais é o Ademilson, conhecido como Brinco;

- Algumas pousadas foram desativadas: 
Pousada da D. Penha / D. Betinha em Wenceslau Brás: (liguei lá e fui informado que por problemas de saúde elas não estão mais recebendo hóspedes. Me indicaram a Pousada Castelinho Amarelo da D. Patrícia - Tel: (35) 98336220

Pousada Lageado em Wenceslau Brás: Além de me falarem durante o caminho, quando passei por lá, tinha uma placa de vende-se na frente da propriedade;

- Parte do trajeto depois da Fazenda Boa Esperança em Wenceslau Brás sofreu alteração, porque os donos da Fazenda do Barão não permitem mais a passagem de peregrinos pela propriedade. Com isso existe um desvio que alonga o caminho bastante. Este percurso novo está bem sinalizado pelo pessoal de Guará (Guarabikers, Tribo da Trilha, etc);

Segue um breve descritivo do caminho:

- 1º dia: São Bento do Sapucaí - Luminosa - Piranguçu

Cheguei em São Bento na véspera, de ônibus, as 20:00 horas e já fui para a pousada Tia Cida. Como todas, simples mas tem tudo que você irá precisar. Banheiro no quarto, TV, wi-fi, café da manhã bom e o Sr. João (o dono) super gente boa. Fica pertinho de onde o ônibus de São José dos Campos pára e é perto do centrinho. Dá pra botar a bike no quarto (para os paulistanos isso é importante, embora o risco de roubo lá seja zero). O Sr. João (esquerda na foto) ligou para o Brinco (centro), que levou a credencial na pousada pela manhã, antes de eu sair. Ela custa R$ 20,00.



Cedinho, 8:30 da matina e já estou pedalando. O pedal mal começa é já vem a subida. O visual é demais, você sobe deixando São Bento e enxergando a Pedra do Baú em vários momentos. 



A subida é bem íngreme e prepare-se para empurrar em vários trechos. Depois da Pousada Céu Aberto tem uma curva, aí ferra tudo de vez. A estrada piora, com pontos de erosão e outros de single track. Essa na minha opinião é a pior subida da viagem. 



Quando você pensa que acabou, depois de quase 1 hora empurrando a bike, vem a pior parte. Pura erosão, daquelas que se gasta uma meia hora pra empurrar uns 300 metros. 


Depois vem umas bifurcações, o lago, umas porteiras, aí começa o downhill e logo você chega em Luminosa. Eu cheguei ao meio dia.



Achei uma padaria que vendia uns salgados (não fazia comida nem lanches, porque a chapa não funcionava), mas parece que existe uma senhora que serve comida em casa, com meia hora para preparar tudo.

Voltando ao pedal, saindo do centrinho de Luminosa, a uns poucos quilômetros já inicia a subida. Nem tão forte quanto a anterior, mas com alguns poucos trechos de empurra-bike. 



Após o downhill, você pega um estradão plano e pedala por alguns quilômetros até chegar no centro de Piranguçu. Eu me hospedei na pousada Verde Maratea, que fica na Fazenda Maratea, do outro lado da cidade (acho que nem 1km do centro). Lugar muito agradável, cheio de animais (mico, galinhas, vacas, etc). 



O Sr. Luiz também é um cara super gente boa e prestativo e lá também tem wi-fi.



Como precisei tirar dinheiro, fui para Itajubá de ônibus onde aproveitei e jantei no centro. Se fizer isso fique esperto com os horários de ônibus. O ônibus pára na ida e na volta exatamente na frente da fazenda.

Tracklog: 



- 2º dia: Piranguçu - Wenceslau Brás

Foi o dia mais tranquilo de todos, mas mesmo assim não foi fácil. A subida também começa logo depois de sair da cidade, por dentro de uma fazenda. 



Visual fantástico, mas não teve jeito: tive que empurrar. Muito íngreme em vários pontos. 



Acabando a subida vem o downhill e logo um trecho quase plano de terra de uns 20km (estou chutando) até o asfalto, onde serão mais uns 6km quase planos (continuo chutando, com preguiça de olhar o tracklog do GPS) até o centro de Wenceslau Brás. Cheguei as 13:00 horas e ainda fui almoçar no restaurante da D. Adaléia (muito boa comida).

Fiquei hospedado no Castelinho Amarelo, que fica na rodovia, a uns 100 metros da igreja católica da cidade. 



No centrinho (um rua que você desce quase em frente a pousada) existe um restaurante, supermercado, etc. Do lado da igreja fica uma pizzaria / lanchonete. A proprietária é a D. Patrícia e lá também tem wi-fi.



Tracklog:



- 3º dia: Wenceslau Brás - Guaratinguetá

Esse é o dia aventura. O pedal começa cedo, por volta das 8:30 hrs no asfalto e alguns quilômetros depois, numa curva inicia-se o trecho de terra, uma estradinha tranquila. 



A estradinha já começa com uma subida razoável e alguns quilômetros à frente eu quase passei reto num trecho onde era para virar, porque não vi as indicações do caminho e me liguei apenas pelo GPS. Na realidade esse é um atalho. Se continuar na estrada, você sairá no mesmo lugar.



Existe uma cerca / porteira e logo depois uma gramado com a trilha meio escondida e uma subida forte, que logo vira uma mata fechada. Um tempo depois a trilha já sai na estrada e mais para a frente na Fazenda Boa Esperança. Até aqui gasta-se mais ou menos 1:30 horas. 



Essa é uma opção de hospedagem boa. O proprietário, Sr. Luiz Carlos hospeda peregrinos em um chalé mais barato e também é um cara bem gente boa. Às vezes é ruim de conseguir falar com ele no celular (eu não consegui). Ele recomendou mandar e-mail e me disse que não precisa de reserva antecipada.

Após a fazenda, a trilha vira aventura. O lance agora é só subida e com grandes trechos de erosão e relevo bem íngreme. 


Ás vezes a mata fica bem fechada. O legal é que vai beirando um riacho que forma algumas cachoeiras e existe uma pinguela para atravessar carregando a bike.



Logo sai na estrada e depois de umas bifurcações mais à frente inicia-se nova subida íngreme. Logo a trilha vai passar por alguns trechos de altitude (bem loucos) e por dentro da floresta. Nisso estamos falando de single tracks empurra-bike pra cima. 



Esse trecho, bonito mas terrível é o desvio da Fazendo do Barão (na foto a seguir), onde os donos não permitem cruzá-la para pegar o caminho antigo, mais leve. 



Um tempo depois seguindo as indicações, chegará a Santa: duas capelas pequenas com imagens de Nossa Senhora Aparecida, Frei Galvão, e algumas homenagens. 



Daí em diante inicia-se a descida da erosão dos Pilões pela Serra da Mantiqueira.



Como eu desci no outono, antes da época de chuvas e o pessoal dos Pilões fez a manutenção da trilha, ela estava muito melhor que dos anos anteriores. Na maioria do trecho dava para descer empurrando a bike ao lado dela. 



Mais no final já dava para descer sentado, com o selim bem abaixado, no estilo Flintstones (empurrando com os pés). Pedalzadas na canela e na panturilha são inevitáveis. Alguns escorregões também. Relaxe e continue que uma hora o sofrimento acaba.
Gastei por volta de 1 hora descendo o trecho ruim e mais uma meia hora (ou menos) até chegar à igreja dos Pilões. Daí para Guará, um percurso quase plano, com poucas subidas, gasta-se mais ou menos 1 hora. O museu / casa de Frei Galvão fica no centro da cidade, próximo ao calçadão e fecha as 18:00 horas, então apresse-se para pegar o diploma e o último carimbo na credencial.






Tracklog:



Dicas:

- Leve o mínimo de bagagem possível. Uma muda de roupa coringa que dê pra dormir e sair para comer à noite e uma muda para pedalar. Dois pares de meia (um pra dormir e outro para pedalar). Uma blusa tipo polar resolve ou um Anorak se houver chance de chuva. Uma capa de chuva leve. Manguitos e pernitos (não usei mas acho melhor levar no inverno). Comidinhas de trilha (gel, bananinha, barrinhas, etc). Ferramentas, bomba, câmara de ar, remendo, etc. Lembre-se que tem muita subida e o peso só atrapalha. Faça um desapego. Um peso bom é por volta de 6kg sem água;

- Reserve a pousada antes. Pode ser na véspera, porque em algumas eles não aceitam chegar do nada e pedir um quarto (não sei o por quê disso);

- Bike: você quer levar aquela sua super bike de carbono de competição ou a bike que acabou de comprar? Esqueça. Primeiro porque o ônibus de São José dos Campos para São Bento (EMTU linha 5123 se eu não me engano) tem um bagageiro baixo e minúsculo e a bike vai deitada sem ter como amarrar, ou seja, ela vai ralando durante toda a viagem de ônibus. Segundo, porque a descida da serra pela erosão dos Pilões detona a bike. O pedal, coroa, quadro, vai batendo nas pedras o tempo todo. Os galhos enroscam no guidão, rodas e quadro e arranham. Leve aquela sua bike guerreira, não o seu xodó.

- Vai fazer o caminho com uma galera e pensa em pegar o busão que eu citei acima ? Pesquise, porque esse aí acho que só cabem 2 bikes (uma ralando por cima da outra). Sei que existe ônibus de Pinda também para São Bento, mas não faço idéia de como é;

- Vai levar alforge com bagageiro ? Eu fui com mochila com camelback (ela estava com 6,3 kg sem água) e não usei alforges. Achei bom, porque a bike continua estável e em trechos onde precisamos empurrar a bike e carregá-la no ombro, alforges dificultarão em muito a subida. Pedalar com alforge é foda;


- A previsão é de chuva ? Meu conselho é adiar a trip. As subidas são muito punk (serão 3 dias empurrando a bike) e a descida da erosão dos Pilões já é foda seca (o pior é que eu já desci com chuva em outro pedal ...). Outra coisa: com dia ruim não dá para aproveitar o visual, que é fantástico;

- Leve dinheiro porque quase não existe banco nas cidades onde irá passar. Tive que sacar dinheiro em Itajubá (dá pra ir de ônibus circular de Piranguçu - 15km). As pousadas custam na média R$ 40,00 e você irá gastar uns R$ 15,00 por refeição. Leve uma sobra pra não ter perrengue depois;

- Celular: Meu TIM pai de santo só funcionou no estado de São Paulo. Em Minas, na maior parte dos locais meu Vivo funcionou. Internet através de wi-fi sempre tinha nas pousadas. Smartphone numa viagem dessa é uma mão na roda;

- Leve bastante água. Pelo menos 1,5 litros por dia de pedal. Lembre-se que tem muita subida;

- Não precisa levar roupa de cama nem toalha (as pousadas tinham). Sabonete é bom levar, assim como produtos de higiene pessoal (claro, né !).

Fatos marcantes e informações diversas:

- Todas as pessoas que eu encontrava eram muito simpáticas e prestativas. A vida no interior é muito diferente do que estamos acostumados nas médias e grandes cidades;

- Não existe risco de assalto. Em todas as cidades, as casas ficam abertas, bicicletas estacionadas na rua. As pessoas tem muita confiança nos peregrinos;

- A água que você vai beber será da torneira. Sim, na maioria dos casos de bica. Unânime, em todas as pousadas as pessoas beberem da torneira e a água parece até melhor e mais pura que as garrafas de água mineral que tomo por aí. Delícia de água fresca;

- Todo mundo conhece o caminho ou ouviu falar dele. A maioria não fez o caminho, mas sabem sobre o relevo, distâncias, condições, direções, etc. 

- Poucos fazem o caminho de bike. A maioria faz a pé. Não encontrei nem um outro peregrino pelo caminho;

- O caminho é todo sinalizado. Cada curva, bifurcação ou entrada existe uma seta ou placa indicando a direção. Geralmente é bem discreta (um seta azul pequena), mas ela sempre existe. Tenha atenção no caminho para não passar reto sem ver a indicação. Ás vezes você tem que parar e procurar a seta. Ela pode estar pintada num poste, numa pedra ou em uma árvore;

- GPS dá uma segurança a mais. Não é fundamental. Se você possui um, baixe a trilha e leve-o, senão não tem problema, mas tem que prestar muita atenção no caminho e isso de bike é mais dificil por causa da velocidade.

sábado, 25 de maio de 2013

Pedal no Grand Basin Circuit + Kawarau Bridge Bungy + Coronet Peak, na Nova Zelândia

Dando continuidade às aventuras na Nova Zelândia, segue um pedal que fiz aqui em Queenstown, com bike de speed. Aqui o ideal é Mountain bike, porque tem muita montanha, muita trilha, muito downhill e enquanto no Brasil vemos o pessoal andando de barraforte, aqui vemos a galera pedalando na cidade com umas puta bikes, indo trabalhar, e coisas do tipo. Como a diária duma bike legal aqui custa bem caro (por volta de uns R$ 150,00), peguei minha speed para desbravar uns lugares. Fuçando no google, achei um site citando um circuito chamado Grand Basin, que na realidade é uma volta que sai de Queenstown e vai para Frankton, Arrowtown, Arthurs Point e volta para Queenstown. Como estou morando em Frankton, acrescentei mais dois destinos, o Kawarau Bridge Bungy, que é uma ponte antiga onde existe um Bungy Jump muito doido e o Coronet Peak, que é uma estação de esqui, como uma subida foda de 8km.
Saí de Frankton com 4°C de temperatura, mas o sol estava ajudando um pouco a esquentar. Um pausa no Lago Wakatipu para uma foto. 
Peguei a estrada que vai para Cromwell e passando um pouco a entrada para Arrowtown logo chega o Bungy. Muito doido o lugar. Dava para descer e assistir o pessoal pulando lá de perto, mas não quis deixar a bike sozinha lá em cima.
Voltei a estrada e entrei na bifurcação para Arrowtown, onde acabei fazendo uma pausa para o lanche. Basicamente a cidade é formada por algumas ruazinhas, bem tranquila e o centrinho comercial é apenas uma rua curtinha, com alguns restaurantes, padarias e etc. 
Após a pausa, peguei a estrada para Arthurs Point, onde cruzei com alguns speedeiros pelo caminho. O asfalto era bem grosso e áspero, acho que para melhorar o atrito nos dias de neve. O visual da estrada e das montanhas era doido demais.
Uma coisa que chamou minha atenção aqui é o respeito dos motoristas com os ciclistas. Mesmo não tendo acostamento, os motoristas na maioria das vezes jogavam o carro na contra mão para se distanciar de mim. Quando tinha um carro vindo no sentido oposto, eles reduziam bem a velocidade para passar por mim, mesmo tendo ainda algum bom espaço entre ele e eu. Os motoristas brasileiros tem que aprender muito com o pessoal daqui.
Outra coisa diferente aqui é a mão de direção, que é a mão inglesa. Para nós brasileiros é complicado até de atravessar a rua. Nem preciso dizer que entrei em algumas curvas de bike na contra-mão várias vezes aqui, até me acostumar.
Logo cheguei no acesso ao Coronet Peak e decidi subir. A placa no início não era muito animadora, avisando que tinham 8km até lá. 
Continuei subindo, com algumas paradas, já que era meu primeiro pedal de speed e havia umas 3 semanas que eu estava parado. Na foto abaixo dá pra ver o Coronet Peak no canto direito, com neve.
Para quem não sabe, as bikes de speed tem relação de marcha muito longa, principalmente a minha que era 2x10, ou seja, não tinha a terceira coroinha menor. 
Mais de 1 hora de pedal e cheguei à estação de esqui, que era onde dava para chegar pedalando. 
Acima dali, acho que só a pé, porque os teleféricos estavam desligados, já que a temporada de esqui ainda não havia começado. Mesmo assim estava ventando bem frio e havia neve por lá.
O visual era sensacional. 
E como todo lugar em Queenstown, havia brasileiros por lá (a foto abaixo foi tirada por um). 
Um pouco antes de congelar, resolvi descer, mas infelizmente a bateria da minha GoPro acabou, senão iria filmar a descida. De volta à estrada, mais alguns quilômetros chego à Arthurs Point, de onde rolam os passeios de Jet Boat e outras aventuras. 
O riozinho que corta o lugar é muito louco.
Mais à frente chego em Queenstown e depois em Frankton. Ao todo foram 77 km de pedal,  bom para conhecer a região e queimar umas gordurinhas, já que aqui se come muito bem.
Captura do trajeto no Google Earth:
Altimetria do pedal:
Track no pedal:

Hiking ao Mount Ben Lomond na Nova Zelândia

Já que faz um tempo que não escrevo, afinal escrever sempre sobre os mesmos pedais também enche o saco e não tenho tido muito tempo ultimamente, resolvi postar algumas aventuras na Nova Zelândia.
A que vou descrever neste post é um hiking no Mount Ben Lomond, na cidade de Queenstown, que é considerada a capital mundial dos esportes radicais. Para quem nunca ouviu falar, é mais ou menos uma Campo do Jordão, com umas porrada de coisas malucas para fazer, incluindo diversos Bungy Jumps, passeios doidos numa lanche tirando fina das pedras no rio, parapente, paraquedismo e por aí vai.
Aproveitei um fim de semana de sol e escolhi essa montanha porque a logística é bem fácil. A caminhada praticamente começa no centro da cidade, na base do teleférico Skyline. 
O teleférico economiza uma pequena parte da caminhada, mas eu fiz o percurso todo a pé. A trilha é toda demarcada, subindo todo o tempo. 
No meio do caminho até o topo do teleférico existe um mirante, mas se você souber o que te espera lá em cima, nem vale parar nele. Existe ainda uma pista de mountain bike na subida, bem demarcada também, no estilo All Mountain. 
Uma meia hora depois chegamos no complexo do Skyline, que possui um restaurante panorâmico muito louco, uma pista de Luge, que é uma versão comercial e com freios do carrinho de rolimã brasileiro, uma plataforma de Bungy Jump e uma rampa de voo livre. 
 O lugar é muito bonito e uma subida nele vale muito a pena, tanto para aventureiros quanto para um casal em lua de mel.
Continuando a subida, segui para o Ben Lomond pelas placas indicando o início da trilha. 
Daí o trecho fica mais plano até nos afastarmos do complexo e podermos avistar a montanha. 
Nesse momento, havia muitas nuvens no topo e eu fiquei um pouco preocupado com a possibilidade de ter que abortar a subida. Eu estava levando um corta vento, um casaco waterproof, capa de chuva, o camelback, as super barrinhas de cereal vendidas aqui e chocolate. Quanto mais me aproximava, mais as nuvens do topo do Ben Lomond se dissipavam, mas as da montanha do lado ficavam cada vez mais escuras. Eu não iria desistir sem tentar e desencanei dessas nuvens. 
O frio apertou e coloquei o corta vento por cima do manguito. Foi o suficiente para aguentar o frio e o vento sem passar frio nem calor durante a subida. 
Em um ponto havia até um banco estilo banco de praça para sentar. Primeiro mundo é outra coisa ...
Logo a subida da montanha começou de fato, mas não era complicada como algumas outras montanhas que eu já havia subido no Brasil. Em alguns pontos havia o que sobrou de alguma neve que caiu.
Na realidade, tecnicamente era muito fácil a subida, só era cansativa, porque o desnível era muito alto. Você sai da cidade a pouco mais de 300 metros de altitude e vai a quase 1800 metros, então é muita subida. Se não estiver preparado, arria fácil.
Com umas quase 3 horas de caminhada cheguei ao topo e o lugar é fantástico. 
 Dá pra ver toda a região, já que esse é o ponto mais alto daqui. 
Fiz um videozinho também:
O vento estava gelado e após uma meia hora viajando no visual resolvi descer. A descida foi bem tranquila e rápida, mas como havia tempo, resolvi pegar outro caminho que tinha visto na subida. Esse caminho separava cada vez mais da trilha que vim, mas passava por umas montanhas muito loucas e dava a impressão que o visual iria valer a pena. Havia um trechinho um pouco mais exposto, mas com calma dava para passar de boa. 
Logo cheguei no ponto alto mais próximo da cidade, pouco atrás do complexo do Skyline. 
Eu estava pensando que teria que voltar grande parte da trilha para descer, mas de repente vi um cara subindo por um caminho próximo de onde eu estava, o que foi um alívio, pois eu iria gastar mais 1 hora para voltar tudo.
Logo reiniciei a descida e cheguei na rampa de voo livre. Na foto, aperece o Ben Lomond lá atrás.
Mais um minutos, eu estava no complexo do Skyline e uns 30 minutos depois, na cidade.
A caminhada foi sensacional e um ótimo programa para quem gostar de uma aventura. E o melhor, não gastei um centavo para fazê-la.
Fica a dica para os aventureiros que virem para Queenstown.
Uma captura do Google Earth:

A altimetria:

O track do percurso: