domingo, 1 de agosto de 2010

Trekking para o Pico das Agulhas Negras

De vez em quando eu subo umas montanhas, e sempre pensei em escrever algo disso aqui. Desta vez decidi postar a aventura que fiz no sábado (30/07/2010) quando subi o Pico das Agulhas Negras no Parque Nacional do Itatiaia. Em breve postarei as aventuras antigas que fiz de montanhismo.
No sábado, após vir de São Paulo, já em Guará acordei às 4:00 hrs, arrumei as tralhas e às 5:00 hrs o Vini passou para me pegar. Encontramos com os demais integrantes do grupo no Graal do Clube do 500, na Dutra. Estávamos em 8 pessoas (Eu, Vini, Dani, Duzão, Caio, Luana, Shivas e Élica).
Tomado um cafezão, seguimos para a parte alta do PN Itatiaia. Uns 65 kms de Guará, saimos no km 330 em Engenheiro Passos e pegamos a estrada para Itamonte para subirmos a Serra da Mantiqueira. 
No topo da serra, o local chamado Garganta do Registro, próximo ao posto de fiscalização da Receita, era o ponto de encontro com nosso guia. Passamos por lá, mas continuamos reto até Itamonte porque o Vini esqueceu de abastecer o carro e lá em cima não tem posto de gasolina. Voltamos ao topo da serra, encontramos o guia e pegamos a estradinha até a entrada do parque, que tem 9 kms de pedras, e você dirige em 1º e às vezes 2º marcha, com algumas raspadas de assoalho nas pedras.
Chegamos na entrada do parque, no Posto Avançado Rebouças por volta das 8:30 hrs, pagamos R$ 10,00 por pessoa para entrar, estacionamos os carros, tiramos fotos, equipamos e fomos para a caminhada.
O roteiro seria o seguinte: da entrada do parque iríamos até o Abrigo Rebouças (3 kms) e de lá iríamos pela trilha até o pico (+ 3kms).
As 9:00 horas iniciamos o trekking com um belíssimo dia de sol, céu de brigadeiro, um friozinho gostoso e todos num excelente astral. Levamos mochila de ataque com um agasalho de precaução, além de comidinhas e muita água (eu estava com saco de hidratação). 
Dá para ir de carro até o Abrigo Rebouças, mas carro baixo sofre muito. Durante a caminhada passamos ao lado do Morro do Couto (à direita) e avistamos nosso destino (à esquerda). Com pouco mais de meia hora chegamos ao abrigo, fizemos uma paradinha básica para fotos e logo continuamos o percurso. 
Passamos por um reservatório de água (reparem no Agulhas Negras ao fundo) ...
... e logo atravessamos a ponte pêncil.
Mais 1 km para frente chegamos em mais um ponto de água.
A trilha agora ia ficando com uma vegetação mais densa, com algumas pedras pelo caminho até começar a subida. Com pouco mais de 4 km de caminhada, os obstáculos foram aumentando pelo caminho. Os paredões inclinados foram vários, onde o negócio era "engrenar a marcha" e ir até o fim.
Logo chegamos no primeiro trecho onde era necessário o uso de cordas. O guia ia por outro caminho, subia e jogava duas cordas. Uma com um laço, amarrávamos ao corpo e a outra seria nossa tração para subir. Não era muito difícil de superar com corda. Sem corda, até os mais experientes não encaravam.
O trecho agora era muito íngreme e subíamos por "chaminés", passamos por diversos trechos difíceis e subimos muitas pedras enormes. 
Á medida que subíamos, o visual ficava mais bonito.
Logo, bem próximo ao topo, chegamos ao segundo lance de corda, onde tínhamos que vencer uma vala sem fundo, nos amarrar a corda e subir a pedra. Após passar no lugar de amarração da corda tínhamos que continuar subindo a pedra e enfrentar outro paredão.
Quanto mais nos aproximávamos do topo, mais aumentavam as dificuldades. Próximo às 13:00 horas chegamos ao nosso objetivo, a 2878 metros de altitude. O visual era deslumbrante: de um lado as Prateleiras (ao fundo)...
... de outro a entrada do parque (canto direito da foto), Morro do Couto (morro mais à frente) e ao fundo a Serra Fina.
Sem falar no lado mineiro que também era fantástico.
Ninguém do nosso grupo acabou indo assinar o livro, que ficava em uma pedra ao lado do pico, com um abismo entre nós. Era necessário subir escalando ou fazer um tirolesa e depois um rapel para descer. Como nosso guia não estava preparado para escalarmos, ninguém se aventurou a ir lá. Tinha um pessoal de outro grupo que foi.
Após um período de deslumbramento, comermos e descansarmos, tiramos a foto do grupo ...
... e por volta das 14:00 horas iniciamos a descida. As duas subidas com corda agora viraram um rapel. Em algumas pedras a gente gasta um tempinho maior para achar pontos de apoio e ganhar segurança, mas eu achei mais tranquilo a descida que a subida. Logo chegaríamos no abrigo Rebouças e como uma caminhadinha (agora parecia interminável) chegaríamos aos nossos carros. No meio da caminhada, já tive que colocar o Anorak, pois eram umas 17:00 horas e o frio estava pegando.
Já no asfalto paramos num bar local para apreciarmos o tão disputado pastel e apreciarmos uma legítima amarelinha.
A trilha foi muito bonita e bem técnica como trechos perigosos. Não achei muito cansativa. A trilha do Marins por exemplo é mais cansativa, com mais caminhada. Para a trilha do Agulhas Negras é preciso de guia, a não ser que você conheça o lugar e leve cordas, cadeirinhas, mosquetão, etc. Não é recomendada para quem tenha medo de altura ou para novatos em montanhas. 
O guia que nos acompanhou, Rafael, mandou muito bem, conhecia bem o local e transmitiu segurança aos menos experientes do grupo.
Esse é o morro mais difícil para subir do parque. Se você quer algo mais fácil, suba a Prateleiras ou o Morro do Couto, que são mais baixos, mas segundos ouvimos, tem uma vista ainda mais bonita da região. Eu ainda vou subir esses dois ...
Segue o trajeto GPS na área da Garmin (a altimetria não está muito legal):