domingo, 30 de novembro de 2008

Pedal São José dos Campos - Jambeiro - Paraibuna (quase lá) ...

Sabadão à noite recebo um telefonema do Xota me convidando para um pedal com um grupo de São José dos Campos, mas sem muitas informações para onde iríamos, o percurso, distância e tals, aceitei e já fui me preparando para madrugar, já que o combinado era encontrar o grupo às 7:00 horas em uma padaria no Jardim Satélite.
Às 6:20 cheguei na casa do Xota, nos preparamos, deixei o carro lá e fomos pedalando para o local de encontro. O pessoal foi chegando, Marcão, Marcos e o Alex, mas o cara que agitou o pedal, Charles, furou (o pessoal disse que ele sempre agita pros outros, mas fura) e lá pelas 7:20 voltamos a pedalar pegando a rodovia dos Tamoios.

Seguimos em ritmo moderado pelo acostamento da rodovia, pelas longas subidas e descidas que pintavam pela frente. O tempo estava legal e umas nuvens meio escuras eram vistas em alguns pontos. Logo paramos na Vaca Preta, lanchonete na beira da estrada onde alguns deram uma reforçada no café da manhã. Voltando ao pedal, alguns poucos kms depois entrávamos na estradinha de terra, onde iniciávamos o trecho off-road. Enfim, terra !!!

O início do pedal pela estradinha foi tranquilo e logo o visual iria mudar um pouco, onde passaríamos pela área de reflorestamento que nos levaria para Jambeiro. Galhos de árvores pelo caminho, mato, barro e umas poças de lama nos supreendiam de vez em quando. Nas descidas, às vezes dávamos um fod*%$ pro barro e passávamos a toda. Fazia parte da adrenalina. Num trecho não teve jeito: tivemos que carregar a bike, porque o atoleiro era longo. Vencidos os obstáculos naturais, chegamos na estrada de asfalto próxima a Jambeiro. Logo na entrada da cidade, pegamos outra estradinha no sentido Paraibuna (a mesma estrada que fizemos a Trilha aventura em Jambeiro semanas antes, mas no sentido inverso). Eu sabia que iríamos subir um bocado e para desespero dos outros bikers, cantava as altitudes metros à frente (agora tenho mapa com curvas de nível no GPS ...). A subida foi boa, com trechos pedaláveis e outros nem tanto, bem irregulares, cheios de valetas e com um pouco de barro pelo caminho. Alguns resistiam pedalando, outros subiam empurrando, mas eu, clipado preferi empurrar na subidas mais fortes.

O Marcão sabia o caminho, dentre as várias estradinhas que passávamos e era exatamente o caminho que fizemos antes, no sentido contrário. Entramos numa estradinha bem fechada de mato e logo mais subidas, das não padaláveis.
Logo após passar por algumas porteiras, chegamos no topo do morro e paramos para tomar uma água e comer um pouco. Aproveitei para tirar uma foto da galera toda.
Logo depois, chegaria o trecho que já previa antes: o downhill até a cachoeira. Essa subida que iriámos pegar nós havíamos subido semanas atrás e foi muito foda. Era uma parede. Hoje começamos a descer, em fila indiana, onde eu estava atrás de todos e com o Xoxota na minha frente. A turma soltou a bike e fomos descendo com uma velocidade boa, só que o terreno era todo irregular, com valetas pela frente e um precipício do lado. Em alguns trechos eu travava a roda traseira, quase travava a dianteira e ainda chegava muito perto da bike do Xoxota. Em uma curva, cheguei perto do barranco, mas consegui equilibrar e voltar para a trajetória. A bike pulava, mas clipado era mais fácil controlar a magrela. Depois do trecho de adrenalina, chegamos na cachoeira com sorriso na orelha e barro pra todo lado. Logo encostamos numa bica de água no vilarejo próximo e partimos para um conhecido barzinho, para a tão sonhada Coca-Cola bem gelada. Voltamos a pedalar no sentido Tamoios (estávamos a pouco mais de 5 kms dela) margeando uma ponta da represa de Santa Branca.
Na Tamoios, o sol começava a castigar e de cara pegamos uma interminável subida. Pelo GPS estimei uns 20 kms até São José dos Campos. Seguimos inicialmente num ritmo forte, mas no meio do caminho o joelho começou a mandar sinais para reduzir. Nessa hora, parei e esperei o Xoxota, que veio num ritmo mais tranquilo. Logo voltamos ao pedal, passando por algumas descidonas e mais duas subidas intermináveis nos esperavam até a chegada. Passamos o entrocamento com a Rodovia Airton Sena e um tempo depois nos despedimos dos outros bikers, porque o pedal já chegava próximo do fim. Chegando na casa do Xoxota fui ver o estrago (reparem a cor das pernas, era o barro e a terra ...), mas depois de uma ducha, um tibum na piscina e uma cervejinha, estava pronto para a próxima.


Ao todo foram 89 km, maior trecho que eu pedalei num dia e chegamos até que cedo (por volta das 14:00 horas) pela distância e pelo relevo do pedal.

A seguir seguem a altimetria, o mapa do percurso, as imagens do Google Earth em tilt do percurso todo e do downhill.




Para acessar minha área do Garmin Connect com os detalhes registrados no GPS, clique no link: http://connect.garmin.com/activity/1456482

A Garmin implementou o player no Garmin Connect, que mostra os dados do trajeto à medida que é percorrido. É bem doido.

sábado, 22 de novembro de 2008

Trilha Paraibuna - Natividade da Serra com os Olavo Bikers

Na sexta à noite eu estava em dúvida se ia fazer esse passeio. Cheguei de viagem pra lá das 22:00 horas da sexta, cansado e ainda teria que acordar bem cedo, pegar estrada, gastar grana, etc, vários motivos para não ir. Entrei na Internet e os dois sites de previsão do tempo que eu acesso confirmaram chuva, um somente à tarde e outro quase o dia todo. Esse era o motivo que faltava, mas como eu sou teimoso, ainda dormir indeciso e acordar bem cedo, indeciso. Aí lembrei de uma frase dita por um conhecido biker depois de um dia sofrido de pedal, daqueles que a gente não repete porque só deu m. "Mais vale um pedal onde tudo dá errado do que um dia sentado no sofá vendo TV".
No horário previsto, 7:30 horas estava na FNAC Pinheiros, tradicional ponto de encontro dos Olavo Bikers, onde saímos para Paraibuna. Pegamos a Airton Sena, Tamoios e entramos à esquerda num trevo que levava a CESP em Paraibuna. Depois de mais de 10 km de estradinha bem ruim, asfalto só de buracos e terra, chegamos na balsa que atravessa a represa. Paramos os carros, equipamos as bikes e pegamos a balsa, com um vento gelado na cara.

Logo no início, me juntei a um pessoal que estava num ritmo mais forte e fomos nos distanciando do restante do grupo. O início foi bem puxado por causa das subidas e meu Edge não parava de apitar (eu estava com mais de 185 bpm). No plano o motor esfriou um pouco e continuamos forçando. Estávamos em quatro bikers e fomos mantendo o ritmo forte. O relevo era misto, de várias subidas médias e de várias descidas médias, onde rolava um downhill bacana. Em nenhuma momento precisei empurrar a bike, porque as subidas não eram muito inclinadas.
Um tempo depois, estourou a corrente da bike do Paulo Fandango e paramos para dar uma força. Nessa hora, juntaram mais 3 bikers com a gente e até o ponto de volta permaneceríamos juntos.
O visual do pedal era espetacular, porque pedalávamos ao lado da represa todo o tempo. Essa represa foi inundada pela CESP, e era uma região montanhosa, que gerou as formas que existem e tornam o visual ainda mais louco.
Logo chegaríamos ao fim da trilha, no ponto para pegar a balsa para Natividade da Serra, que devia distanciar uns 2 a 3 kms da cidade. Não encaramos a balsa porque iria ficar muito tarde, então resolvemos voltar os 30 kms que padalamos até lá. Na volta, fizemos o mesmo percurso e no início mantivemos o mesmo ritmo, o que separou nosso grupo, ficando eu, o Sérgio e o Paulo Fandango na ponta. Logo fomos encontrando o pessoal que não arriscou a ir até o fim e voltou do meio do passeio num ritmo mais tranquilo. Minhas pernas já apresentavam sinal de fadiga e abaixei um pouco o ritmo, junto com o Paulo até completarmos o pedal, no ponto para pegar a balsa de volta.
Após uma espera de mais de meia hora e com vento gelado e sem chuva, chegamos aos carros.
Um almoço nos esperava no pesqueiro que havia lá perto (Portal do Peixe), onde comi um Filhote (peixe encontrado apenas no Pará, que eu e a Jú somos fascinados) e ganhei um monitor cardíaco após um sorteio patrocinado pela CicloVece.
No fim do almoço, São Pedro mandou a chuva, mas aí a missão já estava cumprida. Com isso aprendi que não vale a pena cancelar pedal por previsão do tempo. Mais vale um pedal ruim do que um dia assistindo TV ...
A pedal todo deu 57,64 km (tem que tirar 1,5 km de balsa, que não foi pedalado e nem nadado) e a trilha tem dificuldade mediana. O visual, como relatei antes é bem doido.
A seguir seguem o mapa e a imagem do Google Earth em tilt.


Os gráficos de altimetria, cadência, batimentos cardíacos e mais um monte de coisas estão no meu perfil do Garmin Connect em http://connect.garmin.com/activity/1397839 (se a página não carregar, tenta de novo que vai ...).

domingo, 16 de novembro de 2008

Virada Noturna de Bike

Qualquer atividade em que se vire a noite até o sol nascer torna-se algo especial, ainda mais quando envolve bike. Isso é o que promete esse evento, que faz parte da Virada Esportiva 2008 em São Paulo.
Quando fui para o Parque das Bicicletas, parque dedicado às bikes situado no cruzamento da Avenida Ibirapuera com a Avenida Indianópolis e de onde saem grande parte dos passeios ciclísticos da cidade, imaginei que a programação completa do evento seria cumprida apenas por poucos corajosos, pois a previsão era pedalar até as 8:00 da manhã, mas quando cheguei no evento e vi a quantidade de pessoas e a organização, achei que seria possível todo aquele povo completar o pedal. Na chegada tinha muita gente, mas tanta que era difícil chegar ao ponto de inscrição, onde ganhei squeeze, gatorade, uma revista Adventure Camp e uma barrinha de cereais. Um telão mostrava o caminho a ser seguido através de navegação do Google Earth.

Muitas bikes esquesitas estavam por lá, desde as chamativas, com infinitos pisca-piscas, até uma de uns 2 metros de altura, que já vi várias vezes andando pela cidade. Logo encontrei o pessoal que desceu comigo a Estrada da Manutenção e acabamos formando um grupinho que durou toda a noite.
Às 21:00 horas começamos a pedalar pelas ruas da cidade e só aí percebemos a dimensão do evento. As ruas tinham todas as faixas interditadas para a passagem dos ciclistras e um infinidade de policiais de moto fechavam os cruzamentos para passarmos. A cidade era nossa !!!

Ví várias ambulâncias do HCor que acompanhavam todo o evento. Havia uma pickup com água e gatorade e um ônibus oficina para resgatar os quebrados, além de bikers (provavelmente de lojas de bike envolvidas no evento) organizando os ciclistas e motos caçando ciclistas quebrados ou com problemas. A organização do evento foi um show a parte.
O comboio de bikes seguiu contornando o Parque do Ibirapuera, subindo a Rua Sena Madureira, depois descendo a Rua Santa Cruz, pegando a Ricardo Jafet até chegar ao Museu do Ipiranga, onde rolou a primeira grande parada. Lá na rampa do museu acontecia um evento de Carveboard, que logo deu espaço às bikes.

Após a longa parada, seguimos a Avenida do Estado, indo em direção ao centro da cidade e passamos por uns lugares digamos sinistros da cidade (que nunca passaríamos de bike a 1:00 hora da madruga). Fizemos uma rápida parada para fotos na Estação da Luz, que iluminada é um espetáculo. Logo chegaríamos no ponto da nossa segunda grande parada, o Sambódromo do Anhembi. Lá tivemos uma grande idéia que certamente fez a diferença para aguentarmos todo o passeio: paramos numa loja de conveniência de um posto de gasolina para comermos. Logo entramos no Sambódromo, ao lado, para vermos o estrutura montada nesse que foi um dos grandes pontos da virada. Lá tinha um guindaste para a turma saltar de Bungee-Jump, uns aparelhos individuais doidos para o pessoal se exercitar, e uns aparelhos de skywalk, um aparelho que conectado as pernas do acrobata permite saltos e manobras bem doidas.
Enquanto estávamos lá pudemos acompanhar algumas pessoas pulando de Bungee-Jump e como o locutor anunciava, uns quase amarelavam lá em cima e outros pulavam igual frango. Devolta ao pedal, o grupo agora atravessou de volta do Rio Tietê e seguiu em direção em Pacaembú, onde rolou uma pedalada por dentro do estádio, dando a volta pela área interna, passando próximo a piscina e saindo novamente em direção a Barra Funda. Um tempo depois de passar no terminal, senti algo estranho na bike e qual foi minha surpresa ao ver meu pneu dianteiro quase vazio. Pedalei até a Avenida Doutor Arnaldo onde parei para arrumar. Tirei a roda, saquei a nova câmara de ar, meus colegas de pedal paravam e também os monitores de moto, que logo pararam o ônibus de resgate, onde entrei com bike e tudo e em alguns minutos meu pneu estava reparado e isso seguindo o comboio de bike. Com tudo pronto, pararam o ônibus e voltei a pedalar com o pessoal. Fantástico !!! Devia ser sempre assim.
Já por volta das 5:00 horas, seguimos para o Parque do Povo (faltou tinta para acabar de escrever o nome correto, Parque do Povo Endinheirado), onde na entrada do parque cada biker pegou uma maça, uma banana e uma barra de cereal. Lá no parque o secretário de esportes falou para o pessoal e alguns protestavam para pedindo mais ciclovias e melhores condições para pedalar. Logo após um leve cochilo, seguimos para a última perna, que seguia para o Parque das Bicicletas, largava e chegada do pedal. O céu começava a clarear e a sensação de pedalar naquela hora era incrível.

O grupo chegava inteiro ao ponto final por volta de 6:00 horas, depois de mais de 9 horas de pedal, onde se despediram e cada grupo próximo seguiu para casa. A aventura total foi de quase 80 km e rendeu além do prazer de pedalar com mais 650 pessoas, apenas os punhos um pouco doloridos. Valeu a pena !!!

A trilha do GPS e detalhes do pedal podem ser vistos no meu espaço do Garmin Conect, no link: http://connect.garmin.com/activity/1351807

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Trilha aventura em Jambeiro

Apesar de eu estar um pouco afim de passar o domingão no sofá, acabei não resistindo ao convite do Xoxota de fazer uma trilha na região de São José dos Campos, porque por lá existem trilhas interessantes. Tinhamos algumas sugestões, mas o Xoxa queria fazer uma trilha que ele fez uma parte, lá pelas bandas de Jambeiro. Na véspera, achei um percurso de GPS na Internet, joguei no Edge e acabou que foi mais ou menos esse que fizemos ...
Cinco da matina de pé, bike no carro, vamos em bora. Oito horas encontrei o Xoxa no posto da polícia da Tamoios e seguimos para Jambeiro, estacionando o carro numa ruazinha perto da praça. Equipamos e lá pelas nove horas estávamos pedalando, saindo por uma estradinha de terra perto da praça. Seguimos em direção a Caçapava / Redenção por uma estrada de terra, beirando as montanhas que separam Jambeiro e Redenção da Serra.
A temperatura estava agradável, sem muito sol e o dia prometia ... Logo pegamos a direita numa bifurcação, saindo da estrada e indo no caminho das montanhas. Logo entramos em área de reflorestamento da Votorantim e a região se transformava. Os morros agora eram tomados por mata de eucalipto que subiam , cortados até o topo por estradas para o trânsito de caminhões. O interessante era que formavam-se muitas estradas no meio da mata, o que dava um visual muito bacana.
No GPS percebemos que estavámos indo em direção à Torre de Telecomunicações, lugar culminante na nossa trilha, e quanto mais pedalávamos, mais subíamos. A estrada começava a ficar difícil de pedalar por causa do mato e em alguns trechos, existiam muitas toras de árvores no caminho, impedindo totalmente a passagem. Em um trecho bem inóspito, chegamos a cogitar uma volta pelo mesmo caminho, mas decidimos arriscar mais uns quilômetros à frente.

De longe já podiámos avistar a torre, cravado no topo de uma montanha a pouco menos de 1 Km de nós. A estrada ficava mais íngreme e para subir, surgiam cotovelos que aliviavam um pouco a subida. Em alguns trechos era quase impossível pedalar, restante apenas empurrar a bike. Uma decidinha pintou no caminho e reduzi, pois não queria pegar o caminho errado e ter que subir tudo novamente, mas logo ví que estávamos no caminho certo e agora podia ver por completo a estrada que nos levaria ao topo. Em alguns minutos chegava ao topo, em frente a uma estação/torre de telecomunicações, de alguma operadora local. O Xoxa veio logo atrás, tão detonado quanto eu ...

O visual lá de cima era um prêmio depois de ter vencido aquela subida. Podíamos acompanhar o relevo e as diversas estradas da região e o ventinho que soprava ajudava a refrescar a máquina.
Após uns telefonemas para as patroas anunciando a conquista, umas barrinhas de cereais e água, equipamos novamente para continuar a trilha. Seguimos para o lado errado, e na dúvida se havia saída, voltamos parte do caminho da subida. Passamos uma cerca de arame farpado em uma descida chatinha (que depois descobrimos que não precisávamos ter passado) e iniciamos um downhill daqueles. Estradinha boa, com bons desníveis, sem muita pedra, onde a pilotagem na bike rolava numa boa. Desta vez não tomei nenhum susto e descemos tranquilo. A estrada seguia com poucas subidinhas isoladas e uns trechos de descida e pintou outro downhill. Só que vacilei e quando acabamos o downhill lá embaixo, vi que devíamos ter pego uma estradinha à direita lá em cima. Não acreditamos no vacilo, mas também ninguém viu a tal estrada e como reclamar depois não adianta, voltamos e começamos a subir.
É engraçado subir o que você desceu, porque as impressões principalmente sobre a inclinação da estrada são diferentes. Quando a gente sobe, é tudo mais difícil ... Por que será ??? O cansaço batia na gente e em vários trechos tínhamos que empurrar a bike. Eu ainda insistia em pedalar porque acho que empurrar na subida cança mais. Devemos ter perdido quase 1 hora no vacilo para acharmos a tal estradinha que devíamos ter virado. Era um entradinha estreita, meio que fora de mão e realmente era difícil ter visto. Claro que ninguém iria ficar olhando na tela do GPS numa descida a 60 km/h, mas podíamos ter previsto ...

Pegamos a estrada que nos presenteou com uma bela subida, mas que depois de vencida, vimos que estávamos num vale. O trecho plano fazia a pedalada render. Já eram mais de 13:00 horas e minha previsão de voltar para São Paulo nessa hora tinha ido pro espaço. Encontramos uns sítios e em um deles fizemos um pit-stop para tomar uma água gelada e nos refrescarmos. A água da minha mochila estava quase no fim e depois me arrependi de não tê-la enchido na oportunidade que tive. Logo encontramos uma cachoeira na beira da estrada, que percebemos ser bem popular na região.

A cachoeira demarcava o ponto onde devíamos pegar a estrada para voltar para Jambeiro. Ninguém que perguntamos sabia desça estrada e depois descobrimos o porquê: era intransitável. A tal estrada começava após uma porteira e se transformava em uma subida daquelas que parecia uma parede, e que não tinha fim. Empurrando a bike, já esgotados, a cada 10 metros que subíamos tínhamos que descansar alguns segundos. A cada 100 metros, alguns minutos de descanso. Nosso estoque de PowerGel, repositor energético, acabou. Nossa água estava no fim e nossa bateria também.
Começamos a pensar em voltar e arrumar uma carona próximo a cachoeira, mas preferi continuarmos, devagar e sempre. A subida tinha que acabar uma hora. Depois de quase 1 hora de subida, com alguns trechos pedalados de fato (para subir na bike, tínhamos que fazer um esforço tremendo), logo começamos o trecho de altitude e percebemos que estávamos a caminho de Jambeiro, sem subidas. Agora predominavam longas descidas, que eu fazia devagar, pois estava exausto demais para fazer um downhill do tipo adrenalina. Fomos aproveitando o visual e aproveitando o fim do pedal, para logo entrarmos na cidade, onde uma Coca-Cola estupidamente gelada me esperava (eu estava sonhando com isso !!!). Chegamos por volta das 17:00 horas, umas 4 horas mais tarde que o previsto.
Num bar da cidade, onde acontecia um carnaval fora de época, jogamos uma água para tirar um pouco do barro da bike, desmontamos a magrela e logo seguíamos de volta para casa. Eu ainda tinha mais 1:30 hora de carro até em casa, para enfim poder ter meu merecido descanso.

Abaixo seguem a altimetria, a imagem do Google Earth e o mapa do trajeto tirado do GPS:



Para acessar meu perfil do Garmin Connect com mais detalhes do pedal o link é: http://connect.garmin.com/activity/1302742

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Andando (Pedalando) com o Paraíba II

Depois de várias semanas sem pedalar direito por causa da chuva do mês de outubro e das viagens a trabalho e alguns meses sem fazer uma trilha (pedalar só na cidade enche o saco ...), fui passar um fim de semana em Guará e claro, matar a vontade. Também fiz a estréia do meu mais novo brinquedinho, o GPS Garmin Edge 705, top de linha da série Edge, que é próprio para bikes.
Como meu brother de pedal ainda não havia feito esse percurso margeando o Rio Paraíba, ele foi o escolhido. O caminho foi o mesmo (já descrito antes), mas resolvi postar esse novo por causa dos novos recursos do GPS, que incluem gráficos on-line na internet com parâmetros como batimentos cardíacos, percurso no Google Maps, altimetria, etc.
O legal desse pedal é que durante o passeio pela margem do Rio, sempre tínhamos a presença de muitas vacas por perto e em uma hora, elas pareciam querer nos acompanhar.
Para acessar os dados do pedal, clique em http://connect.garmin.com/activity/1187434

O brinquedinho é realmente fantástico ...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Pedal pela estrada do Rio das Pedras

Depois de meses pedalando somente na cidade e louco para colocar a bike na terra, surgiu a oportunidade num fim de semana de sol e a escolha da trilha já estava feita: Rio das Pedras. Essa é uma estrada onde nós não fazíamos idéia de onde sairia, mas que já passamos em frente várias vezes. Não deu outra, para descobrir onde chega, o jeito é pegar a estradinha ...

O sol começava a castigar, mesmo pela manhã e nos avisava que o pedal seria puxado. Pouco antes do início da estrada de terra, vindo pelo asfalto pela estrada Guará - Cunha, eu puxava o pedal em ritmo forte com verto contra, martelando o pedal da bike. Foi entrar no trecho de terra que a bateria acabou. Bateu o cansaço e tive que diminuir o ritmo. Logo percebi os sintomas dos chops da noite anterior, que junto com o sol de rachar e o forte calor, prometiam dificultar o passeio dominical.

Após um PowerGel e uns goles de água, voltamos para o pedal. A estrada era boa de pedalar, cheia de relevos, com subidinhas íngremes e descidinhas boas de fazer, mas percebíamos que tinhamos uma serra para vencer. Algumas cachoeiras no caminho instigavam a uma tibum, mas queríamos chegar para o almoço de domingo e não podíamos perder muito tempo.

O cansaço ia apertando, as pausas também e em uma subida daquelas íngremes cheias de pedra, comprei um terreno !!! Mais um tombo graças ao meu Egg Beater. Com pedal clips a gente tem que ficar esperto, porque senão não conseguimos "desclipar" a tempo e tombamos. Isso me rendeu uns hematomas e um ralado na canela, que foi inchando no decorrer do pedal.

Como não tínhamos a trilha no GPS, pintavam algumas dúvidas sobre o caminho nas bifurcações. Em uma delas chegamos no fim da estrada e tivemos que voltar. Um tempo depois chegamos no fim de outro trecho, direto em um sítio, onde fomos logo notados por alguns belos pavões que eram criados lá. Os bichos produzem um barulho diferente e interessante ...

Perguntando, descobrimos que o caminho era por lá mesmo, abrindo a porteira e passando pela estradinha no qual ficavam todas as vacas. E haja bosta de vaca !!! Passamos no meio das vacas deitadas e vimos que rolou uma tensão nesse momento. Ficamos espertos, afinal não queríamos tomar uns coices nem chifradas.

Começamos a subir e a paisagem ficava bem legal, mas logo tivemos a certeza que estávamos no caminho certo. As pausas para descanso aliviavam o calor e o cansaço, mas logo pintou o trecho de downhill, onde quase comprei outro terreno. Eu prefiro subir cansado doque descer. Por incrível que parece, descer cansado cansa muito mais e a gente não consegue manter a posição correta de pilotagem na bike. Depois de eu quase não fazer uma curva, reduzi para chegar inteiro.

O trecho ia ficando cada vez mais plano e pelo GPS percebi que estava próximo do fim da trilha. O Clube dos 500 se aproximava e as subidinhas finais foram as piores. Já esgotado, quase me arrastei para chegar o Bairro do Engenheiro Neiva e atravessar a ponte que dava acesso a minha casa.

O pedal foi legal, mas acho que a bebedeira da noite anterior e o extremo calor do dia foram os grandes responsáveis pelo alto desgaste desse pedal, algo incomum nas trilhas que eu estava acostumado a fazer. Aprendi que cervejinha é só depois do pedal ..

Classificação: Pedal bem foda, com muitas subidas e boas descidas, com um visual bem legal. Estrada asfaltada (estrada Guará-Cunha) até entrar na estrada do Rio das Pedras, de de terra e pedra. Existem muitas cachoeiras no caminho.

Total do percuso: 52,3 km

A seguir, o mapa do percurso e a altimetria (usei meu novo GPS, mas tive problemas na extração dos dados, por isso estou postando a trilha da forma tradicional).


Pedal São Paulo - Santos pela Estrada da Manutenção

Até que enfim, depois de meses querendo fazer esse pedal, consegui unir o tempo, a galera e o ânimo para percorrer esse que é um clássico dos pedais da galera de Sampa. O tempo estava pronto para desabar (e caiu um dilúvio em São Paulo, bem depois da gente ter saído) e ainda deixei a decisão da F1 de lado, mas em cima da bike tudo é alegria ...
As 7:30 encontrei o pessoal da Pedal Paulista no estacionamento perto do Terminal Jabaquara ( ... e pertinho de casa), acertamos as coisas, batemos um papo e pé no pedal. Pegamos a Imigrantes e mal esquentamos o esqueleto, rolou uma paradinha no Posto. Foto daqui, uns salgadinhos dalí e voltamos novamente. Pegamos um single track um pouco mais para frente para matar a saudade de um trecho de terra, fizemos umas fotos e pegamos a estrada de novo.

Na Imigrantes, passamos o pedágio (que gostoso passar sem precisar pagar ...) e em um determinado trecho, atravessamos a pista para chegar no Rancho da Pamonha. Os comilões fizeram mais uma boquinha e após um pequeno trecho na contra-mão da Imigrantes, achamos a entradinha para a famosa estrada (com um guard-rail impedindo a entrada de carros). A estrada é deserta, cheia de buracos e cheia de vestígios de macumbas e rituais estranhos (de noite aquela estradinha deve ferver ...). Logo após inicia-se o trecho de serra, que é uma delícia para pedalar. Bem no início, mais uma parada no Mirante para umas fotos, e agora vamos em frente.

Os mais habilidosos foram na frente, aproveitando os trechos de cotovelos e declives acentuadíssimos, onde a adrenalia corria a mil e com o risco de tomar um capote feio, já que tinham muitos buracos, muitas folhas de árvores caídas e um pouco de limo no asfalto. Na adrenalina, percebia-se o cheiro de queimado que vinha dos discos de freio da bike (mesmo com o uso intenso mantiveram o bom rendimento).
Logo vinha o trecho próximo as pontes da Imigrante, onde ora passávamos por baixo, ora por cima, ora do lado. O visual era fantástico e a engenharia empregada na construção era fascinante (o que seria do mundo sem os engenheiros ???) Algumas pontes deviam estar a mais de cem metros de altura.

Em alguns pontos a vista é espetacular ...


... e pode ser apreciada melhor de bike (quando iríamos passar por aqui se não estivéssemos de bike ?) ...

Logo chegamos num dos pontos legais, o túnel que cruza a Imigrantes: é um tunel vazio que cruza a pista dentro de outro túnel.

Mais para baixo chegamos na piscina, onde os mais corajosos arriscaram um tibuuummm.

Algumas subidinhas básicas e quando estávamos próximos a portaria do Parque Estadual da Serra do Mar, um dos bikers que estavam com a gente acabou comprando um terreninho numa curva, o que lhe rendeu um deslocamento no ombro e uma volta de ambulância. Após os primeiros socorros, paramos na portaria onde esperamos o resgate e aproveitamos para fazer algumas fotos ...


No fim do trecho de aventura, resta o momento mais tenso: passar no meio da favela na chegada à Cubatão. Até que eu esperava algo pior, já que tanta gente falou de assaltos naquele trecho, mas nossa passagem foi tranquila. Chegando a Cubatão, parte do grupo (um pessoal que encontramos do Rancho da Pamonha) ficou por lá para seguir para Mongaguá e nós continuamos para Santos. No ínicio do trecho plano de pista, logo percebi que se tratava de um peguinha e lá vamos nós. No acostamento, mantendo 40km/h, 80 RPM de cadência e meu amiguinho apitando sem parar indicando que eu estava com mais de 185 bpm, acompanhei o pelotão até a entrada de Santos, num sprint demorado, mas bom demais. Deu para desenferrujar legal !!! Próxima parada, rodoviária, onde eu decidi seguir para São Paulo para pegar o finalzinho do GP do Brasil de Fórmula. O restante do pessoal ainda ficou em Santos para passear pela praia, mas minha missão estava cumprida: a Manutenção já era ...

Fiquei de colocar a imagem do Google Earth em tilt, então aí vai:



O total pedalado foi de 73,6 km e a trilha do GPS, mais os dados de altimetria e etc podem ser vistos no link:

http://connect.garmin.com/activity/1239217